Saúde de qualidade foi questionada por meio de pesquisa que mostraram alguns entraves do brasileiro, entre os quais: custo de tratamento, dificuldade no agendamento de consultas e distância para se locomover
O sistema de saúde brasileiro enfrenta cada vez mais problemas, que só agravam o bem-estar da população. É o que revela a pesquisa Global Health Service Monitor 2021, realizada pela Ipsos com 30 nações.
Saúde de qualidade afetada
Os participantes da pesquisa que mostra que a saúde de qualidade está afetada no país, disseram que estão descontentes com vários aspectos. Um exemplo disso diz respeito às implicações econômicas. Sendo assim, 90% dos respondentes locais afirmam que muitos brasileiros não têm condições financeiras para pagar por cuidados de saúde de boa qualidade. Este é o percentual mais alto entre todos os países analisados. Já a média global é de 58%.
Contudo, 7 em cada 10 brasileiros (71%) acreditam que o sistema de saúde do país está sobrecarregado. A média da pesquisa chega a 56% dos entrevistados. Portanto, esse índice pode ser um dos motivos que justifica a insatisfação dos respondentes do Brasil com os trâmites para agendamento de consultas médicas.
Além disso, 84% afirmam que o tempo de espera para se conseguir uma consulta é muito longo, e 47% revelam conseguir consultas médicas próximo aos locais onde residem. Por outro lado, se for considerada as respostas de todos os participantes do levantamento, esses percentuais são de 60% e 28%, respectivamente.
Desafios
Ainda durante a pesquisa os entrevistados tiveram de responder quais são os maiores problemas que os sistemas de saúde de seus países enfrentam hoje. No Brasil, a questão mais mencionada foi a falta de investimento, com 51%. Em segunda posição, foi citada a falta de investimento em saúde preventiva, com 50%. Na sequência, aparecem as dificuldades de acesso ao tratamento e os longos períodos de espera, com 45%. Completam a lista: burocracia (31%) e os tratamentos de baixa qualidade (26%).
Todavia, a principal menção de forma global foram as dificuldades de acesso ao tratamento e longos períodos de espera (41%). Em segundo lugar ficou a falta de funcionários (39%). O custo do tratamento apareceu em terceiro lugar (31%), seguido pela burocracia (26%) e pela falta de investimento em saúde preventiva (23%).
Brasil otimista com saúde de qualidade
Em contrapartida, mesmo diante desses desafios, o Brasil está entre os países mais otimistas em relação ao futuro. Neste caso, 66% dos respondentes locais acreditam que a qualidade do sistema de saúde a que possuem acesso vai melhorar nos próximos anos.
Este é o segundo percentual mais alto de 30 nações. Em primeiro lugar está a Arábia Saudita (77%). A Colômbia (66%) fica empatada com o Brasil na segunda posição e a China está em terceiro (61%). Já a média global que sinaliza uma melhora do sistema de saúde é de 34%.
Preocupação com a Covid-19 continua
Contudo, a pandemia de Covid-19 segue como grande preocupação no Brasil e no mundo. Entre os brasileiros, 84% mencionaram a doença. Ao considerar todos os participantes, a doença foi citada por 70%, ou seja, uma diferença de dois percentuais em relação a 2020, quando 72% dos respondentes globais opinavam que o novo coronavírus era o maior motivo de preocupação.
Além da Covid-19, outras doenças mencionadas pelos brasileiros foram: câncer (31%), doenças mentais (40%), estresse (22%) e abuso de drogas (22%).
Além disso, no mundo todo, o ranking segue praticamente o mesmo, com exceção de um item. Câncer (34%), doenças mentais (31%), estresse (22%) e obesidade (19%) foram as doenças com percentuais mais altos de menções.
Obrigatoriedade da vacinação
A pandemia trouxe também a discussão da obrigatoriedade da vacinação. Entre as 30 nações, o Brasil é o que mais acredita, empatado com a Malásia, que as vacinações contra doenças graves infecciosas deveriam ser obrigatórias. De cada 10 respondentes locais, 8 concordam com a premissa (81%). A média global é de 61%.
A pesquisa online foi realizada com 21.513 entrevistados com idades entre 16 e 74 anos de 30 países. Os dados foram coletados entre 20 de agosto e 3 de setembro de 2021. Já a margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.
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