Variante na amostra de Covid-19 pode contar com a técnica desenvolvida por pesquisadores do Hospital Universitário de Brasília e da Faculdade de Ceilândia (FCE-UnB), com apoio da FAP-DF
A partir de uma nova tecnologia, é possível identificar a variante na amostra de Covid-19. A alternativa foi desenvolvida no Laboratório de Diagnóstico Molecular do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB). Desde 2021, a técnica vem sendo testada. Ela é a mesma utilizada para detecção do coronavírus, chamada de RT-PCR ou PCR em tempo real.
Variante na amostra de Covid-19 – técnica
Participaram do estudo da variante na amostra de Covid-19 pesquisadores da Faculdade de Ceilândia (FCE-UnB) e do HUB. Vale ressaltar que este hospital vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Pelo estudo, ficou evidenciado que a genotipagem por RT-PCR é de 90% mais barata e rápida que o método mais comum para a detecção da variante. Ele foi baseado no sequenciamento genético, e pode ser realizada em qualquer laboratório que tenha uma máquina de RT-PCR. E são estas características que possibilitam a análise de uma quantidade maior de amostras. Portanto, isso é fundamental para o acompanhamento da predominância das variantes e para fins epidemiológicos.
Segundo o diretor de Ensino, Pesquisa e Atenção à Saúde da Ebserh, Giuseppe Cesare Gatto:
“Facilitar a identificação das variantes de covid-19 pode trazer grande impacto no entendimento do comportamento da doença e no planejamento de ações para sua prevenção. A Ebserh tem participado de forma ativa em pesquisas relacionadas à covid desde o início da pandemia.”
Pesquisa
Pela genotipagem passaram 811 amostras, sendo 264 delas de profissionais e pacientes do HUB, e 547 de moradores da Cidade Estrutural.
O projeto de pesquisa chamado Zaracs (Zica, Arbovírus and Other Infections Cohort Studies) está acompanhando os casos de covid-19 na Estrutural desde março de 2020.
Além disso, a coordenação ficou a cargo da FCE-UnB, em parceria com o HUB e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). E conta ainda com o financiamento dos ministérios da Educação e da Saúde e da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do DF (FAP-DF).
Procedimento
Sendo assim, os residentes com sintomas de Covid-19 são testados pelos pesquisadores e os casos positivos passam pela genotipagem no laboratório do HUB. Já os resultados evidenciam as variantes predominantes na cidade desde março de 2021.
No mês de julho, 79% dos casos eram da variante gama (P1). Por outro lado, a variante delta começou a surgir em agosto e, ao final do mês, já gerava 56% dos casos. Apenas em setembro, a delta foi responsável por 88% das infecções, enquanto a gama (P1) foi identificada em apenas 2% das amostras.
Todos os dados estão sendo encaminhados à Secretária de Saúde. O intuito é contribuir no acompanhamento da disseminação das variantes e no controle epidemiológico da doença.
Local estratégico
Fabiano Martins, diretor de Vigilância Epidemiológica em Saúde da secretaria, a Estrutural é o local estratégico e reflete o cenário atual no Distrito Federal.
Contudo, a pesquisa gera o comportamento do vírus na população e possibilita pensar em novas estratégias de vigilância, o que otimiza os recursos públicos.
Investimento para a variante na amostra de Covid-19
A FAP-DF designou mais de R$ 30 milhões para investir em projetos e ações de pesquisa, inovação e extensão destinadas ao controle do Covid-19.
Ao todo, são 18 projetos de pesquisa com apoio e em diferentes etapas de desenvolvimento e resultados. Todos os projetos podem ser acompanhados no site da FAP-DF.
*Foto: Unsplash