Veículos tem pior novembro em 16 anos registrou queda de 23% na comercialização, afirma Fenabrave
O setor de veículos teve o pior novembro dos últimos 16 anos no Brasil. Entre os motivos: queda na produção, impactada pela falta de semicondutores. Sendo assim, o mercado de automóveis novos no país recuou 23,1% em comparação ao mesmo período de 2020. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave).
Veículos tem pior novembro em 16 anos
O setor automobilístico foi um dos mais prejudicados pela pandemia de Covid-19. Este segmento da economia nacional vem enfrentando sucessivos desafios para se recuperar.
Ao todo, foram licenciados 172,9 mil carros, utilitários leves, caminhões e ônibus em novembro. Além disso, o comércio de carros foi impactado pela falta de modelos nas concessionárias. Entretanto, no acumulado do ano, teve crescimento, em comparação ao ano passado, que foi bastante fraco. Na ocasião, indústrias e concessionárias ficaram fechadas.
Entre janeiro e novembro, foram emplacados 1,91 milhão de veículos, uma alta de 5,42% frente ao mesmo intervalo do último ano.
Nota da Fenabrave
Em nota, o presidente da Fenabrave explicou em números a situação.
“Dados os desafios enfrentados nos últimos meses, como a crise de abastecimento global e alta de juros no país, penso que é um ótimo desempenho, ainda que sobre uma base comparativa mais baixa.”
Repercussão nas vendas
Por outro lado, o mundo todo sentiu os agravos da pandemia nas vendas de veículos. No Brasil, a pausa na fabricação de automóveis novos fez com que o mercado ficasse 28,6% abaixo do volume de vendas em comparação com 2019. Os números são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Sendo assim, a produção parou e, logicamente, a receita. Entretanto, a demanda cresceu originária de uma tendência invertida pela crise, ao notar o risco sanitário.
O que pensam os consumidores
Por outro lado, os consumidores notam uma alta nos preços dos carros e falta dos veículos zero km. Aliado a isso surge uma desorganização da cadeia produtiva. Ela é responsável por filas de até 300 dias para adquirir um carro saído da fábrica. A estimativa é da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla).
Recuperação do setor
Em suma, a recuperação do setor depende, em sua maioria, da redução da crise de semicondutores, fundamentais para a fabricação dos automóveis, que se instalou ainda em 2020.
Além disso, a crise agravou a cadeia de suprimentos dos chips, interrompida. Sendo assim, o setor de tecnologia se beneficiou, além de ser seu maior comprador.
Por fim, o cenário macroeconômico nacional é um agravante, somados à renda baixa, alto desemprego, risco fiscal. Além de incertezas frente ao ano eleitoral e da alta da taxa básica de juros. Esta ficou em 7,75% ao ano, dificultando assim a retomada do mercado de veículos e também de suas vendas.
*Foto: Unsplash/Roland Denes