Cadernos de Saúde Pública do mês de fevereiro parafraseia Zuenir Ventura
A edição de fevereiro do Cadernos de Saúde Pública, em seu editorial, parafraseia Zuenir Ventura, “se 2020 foi o ano que não terminou, 2021 foi aquele que esperávamos que terminasse encerrando um ciclo de pandemia, ataques à ciência, abusos antidemocráticos e aumento da desigualdade, no Brasil e no mundo”.
Cadernos de Saúde Pública
Entretanto, para as editoras Luciana Correia Alves e Luciana Dias de Lima e Marilia Sá Carvalho, as dificuldades enfrentadas para o avanço da vacinação e da adoção de medidas de mitigação e proteção social abrangentes tornaram o Brasil um dos epicentros da Covid-19.
Além disso, o ano foi marcado por uma nova onda de transmissão. Com isso, o país chegou a um patamar médio de mais de 3.000 óbitos diários entre março e junho de 2021. Somados a isso: crise e colapso do sistema de saúde em todos os estados brasileiros. E também houve a piora das condições socioeconômicas e o retrocesso em diversas áreas das políticas públicas.
“A rotina não se restabeleceu, seja pelo velho ou pelo novo normal, e muito do que se planejou realizar não saiu do papel, em meio à espera e à indecisão crônica de autoridades governamentais.”
Editorial do fascículo
O editorial expressa a tristeza por mais de 600 mil vidas perdidas e pelas fake news colocadas no altar. Portanto, é preciso reconhecer que 2021 também expressa uma grande vitória da ciência e dos sistemas públicos de saúde. Estes se sobressaíram na resposta à pandemia em todo o mundo.
Para 2022, foram ampliados os esforços dos cientistas para se comunicarem para além dos pares. A ciência – com modelos de transmissão, R0, quadro clínico – apareceu destacadamente na mídia.
Termos técnicos
Termos técnicos como “média móvel” fizeram parte do nosso cotidiano, assim como cientistas e divulgadores científicos tornaram-se rostos conhecidos do grande público. Além de marcar posição diante da globalização dos movimentos anticiência.
“Tudo isso também passou a ideia de que na ciência não há certezas absolutas, de que recomendações mudam à medida que o conhecimento avança. E há ainda muito o que aprender.”
Patógenos infecciosos, emergentes e reemergentes
Segundo o edital, a pandemia de covid-19 alerta principalmente sobre o constante surgimento de patógenos infecciosos, emergentes e reemergentes. Além da importância de dados públicos e transparentes, de um sistema de vigilância epidemiológica eficaz, do aprimoramento dos métodos diagnósticos, das vacinas, da atenção integral, das pesquisas básicas e aplicadas.
Investimentos
Contudo, há investimentos de médio e longo prazos e resultados acumulados por pesquisas de várias áreas. E isso após anos de investigações. Pois eles são necessários para a produção de respostas adequadas aos problemas que atingem as populações.
O editorial ainda traz as mudanças do CSP para o novo ano, já anunciadas pelo Informe ENSP anteriormente.
*Foto: Divulgação