Programa Metano Zero pretende transformar resíduos orgânicos em biogás e biometano
Nesta semana, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que quer ampliar o programa Metano Zero, que transforma resíduos orgânicos em biogás e biometano. Ele fez a declaração quando esteve na Usina Binacional de Itaipu para conhecer iniciativas que servirão de referência ao projeto de redução de metano.
Programa Metano Zero
O ministro realizou a visita técnica à usina Binacional de Itaipu (PR) para conhecer as instalações da Unidade de Demonstração (UDG) de biogás e biometano. O local servirá de referência para o programa de redução de metano do Governo Federal.
Objetivo
O objetivo da iniciativa é estimular a transformação de resíduos sólidos urbanos e orgânicos em biocombustível. Além disso, o projeto contará com o auxílio financeiro de bancos públicos como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ele disse ainda que o programa será expandido a todo o país. E que a unidade em questão já será uma referência, uma vez que ela mostra exatamente o volume de recursos necessários para transformar resíduos orgânicos em biogás e biometano.
“Vimos a viabilidade [deste empreendimento] e que é possível conseguir o menor projeto possível para os quais os bancos oficiais já têm linhas de financiamento bastante robustas em relação à sustentabilidade, chegando aos R$ 400 bilhões, entre Banco do Brasil, Caixa e BNDES.”
Custos de implantação
Por outro lado, os custos estimados para a implantação de uma unidade como a de Itaipu – operada pelo Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) – é de R$ 3,5 milhões para uma planta com capacidade para processamento de 9 toneladas de resíduos orgânicos. O cálculo foi apresentado ao ministro pelo diretor de Desenvolvimento Tecnológico do CIBiogás, Felipe Souza Marques.
Desde a sua implantação, em 2017, a UDG tratou 550 toneladas de resíduos orgânicos de restaurantes e de materiais de apreensão da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Receita Federal (RF) e Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
No total, foram produzidos 37 mil m³ de biometano usados para abastecimento de 40 veículos da frota de Itaipu. A atividade evitou a emissão de 3,5 toneladas de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Resultados satisfatórios
De acordo com o Leite, os resultados da unidade estão em conformidade com o objetivo do Governo Federal de incentivar a produção de combustíveis como o biometano (fonte para abastecimento de veículos pesados ou leves até 30% mais barata que os combustíveis fósseis) com o ganho adicional da sustentabilidade.
Além disso, a ação também vem ao encontro do compromisso assumido pelo Brasil em novembro do ano passado, na COP 26, em Glasgow, na Escócia, de reduzir voluntariamente 30% das emissões do gás de efeito estufa.
Joaquim Leite fez ainda uma visita ao Refúgio Biológico Bela Vista. Em 2019, as áreas protegidas da Itaipu – entre elas, o Refúgio – foram reconhecidas como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – um marco dentro do programa “Homem e Biosfera”, mantido pela da Organização das Nações Unidas (ONU).
Economia verde
Por fim, o ministro destacou que as ações de Itaipu pelo meio ambiente promovem uma “economia verde”. E isso alinha desenvolvimento e conservação ambiental, segundo os preceitos do Governo Federal e do Programa Nacional de Crescimento Verde, lançado em outubro do ano passado.
*Foto: Divulgação/Sara Cheida/Itaipu Binacional