Variantes da Covid-19 são mutações que se formam à medida que o vírus se espalha e atinge um poder de transmissão cada vez maior
Com mais de dois anos de pandemia, já foi possível aprender muito sobre o avanço do coronavírus e de como ele se manifesta no organismo e pode afetar a saúde. Confira neste artigo como entender as linhagens, sublinhagens e recombinantes.
Variantes da Covid-19 – como surgem
Uma série de variantes do SARS-CoV-2, o vírus original, surgiram. Sendo assim, surgem as linhagens, sublinhagens e variantes recombinantes. Porém, há diferenças diferenças entre estes termos. Confira a seguir o que dizem os cientistas Alex Ranieri e Gabriela Ribeiro, bioinformatas da Rede de Alerta de Variantes do Instituto Butantan.
O que é uma variante?
Em suma, os vírus são partículas constituídas de material genético, que pode ser DNA ou RNA, envolvidas em uma cápsula de proteína. Ele tende a mutar-se quanto mais se espalha. Quando isso ocorre, pode mudar sua estrutura inicial, tornando-o uma variante. No caso das variantes da Covid-19, elas são mutações do SARS-CoV-2 descoberto em Wuhan, na China, que é o vírus original.
O que é linhagem?
Linhagem é quando a variante começa a se disseminar por mais territórios, infectando mais pessoas em diferentes regiões ou países. Isso configura o termo linhagem.
Trata-se de uma variante que teve sucesso ao se espalhar em uma grande quantidade de pessoas. É o caso das variantes alfa (B.1.1.7), beta (B.1.351), gama (P.1), delta (B.1.617.2) e ômicron (B.1.1.529). Todas elas conseguiram se propagar para vários continentes.
Toda linhagem é uma variante. Em contrapartida, nem toda variante chega a se tornar uma linhagem. Mas por que? Por mais que seja uma mutação, ela pode ser incapaz de se propagar de modo eficiente e rapidamente desaparece, o que a inviabiliza como uma linhagem.
O que é sublinhagem?
No caso das mutações do vírus, à medida que elas acontecem, nem sempre o material genético se altera muito. E é a partir daí que surgem as sublinhagens, variantes muito semelhantes às linhagens às quais pertencem. Um modo fácil de detectar sublinhagens é perceber que a nomenclatura sofreu ramificações. Por exemplo, algumas das sublinhagens já detectadas da ômicron são: BA.1, BA.1.1, BA.2 e BA.3.
O que é variante recombinante?
É quando ocorre uma mistura ou recombinação de material genético de duas ou mais linhagens, a isso chamamos de variante recombinante. Para que isso ocorra, é necessário que uma pessoa contraia pelo menos duas linhagens ao mesmo tempo e que o evento de recombinação aconteça. Apesar de ser mais difícil de acontecer, ele se torna possível diante da alta circulação de variantes da Covid-19.
Por fim, a recombinante também é uma variante, uma vez que a recombinação é um tipo de mutação. Até agora, múltiplas variantes recombinantes foram detectadas em circulação no mundo, especialmente na Europa. Elas podem ser reconhecidas pela letra X em seu nome como XD, XE e XF. As linhagens recombinantes mais recentes vão de XD, mais conhecida como deltacron, e seguem em ordem alfabética até XS.
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