CoronaVac trivalente espera autorização para ensaios clínicos; outra versão específica contra ômicron já é testada em humanos
Parceira do Instituto Butantan, a farmacêutica chinesa Sinovac trabalha agora no desenvolvimento de uma nova geração da CoronaVac. Neste caso, uma vacina trivalente contra a Covid-19, que combate as variantes ômicron e delta do vírus SARS-CoV-2, além da cepa original de Wuhan.
CoronaVac trivalente – estratégia
A estratégia da CoronaVac trivalente é semelhante à vacina da gripe. Ela foi atualizada recentemente pelo Butantan com as cepas mais circulantes do vírus influenza. Além disso, os primeiros resultados se revelaram promissores.
De acordo com o vice-presidente da Sinovac, Weining Meng:
“Nosso objetivo é unir as duas cepas mais transmissíveis junto à cepa original em uma única dose. Nós já conduzimos testes em modelos animais e os resultados são muito promissores; o próximo passo são os ensaios clínicos. Em alguns meses, esperamos obter dados que possibilitem a produção de uma nova arma contra a Covid-19.”
No mês de abril, outra versão da CoronaVac específica para ômicron, também desenvolvida pela Sinovac, foi aprovada para ensaios clínicos em Hong Kong (no dia 14) e na China (no dia 26).
Importância da atualização das vacinas
Contudo, a atualização das vacinas é importante pelo fato de todos os imunizantes disponíveis hoje possuem eficácia reduzida com a ômicron.
Vale destacar que o surgimento de variantes é um processo natural. Isso porque, com o tempo, as cepas tendem a ser menos letais para que o vírus possa se perpetuar. Porém, podem ser mais transmissíveis, o que reforça a importância da vacinação, afirma Weining:
“A dose de reforço é essencial nesse contexto. Independente da vacina aplicada, recomendo fortemente que todos tomem a terceira dose.”
Proteção completa
Por outro lado, vale ressaltar que nenhuma vacina protege completamente contra a infecção. Mas diminui muito as chances de desenvolver uma doença grave.
Prova disso é o atual surto em Shangai: mais de 95% das pessoas que testam positivo na cidade chinesa são assintomáticas ou apresentam sintomas leves, justamente por já terem sido vacinadas.
Em contrapartida, na nova onda em Hong Kong, 90% dos óbitos são de pessoas que não foram imunizadas ou não completaram o esquema vacinal, especialmente os idosos.
Parceria internacional
Por fim, em nota oficial, a Sinovac informou que continuará cooperando com seus parceiros internacionais para estudar a eficácia da versão atual da CoronaVac contra as novas variantes.
Além disso, uma série de estudos já mostrou que o imunizante induz resposta imune contra a delta e a ômicron. No Chile, por exemplo, a CoronaVac foi 69% efetiva contra internação de crianças por Covid-19 durante um surto da ômicron.
*Foto: Reprodução/Site Instituto Butantan