Diagnóstico rápido da tuberculose inclui um kit de fácil manipulação
Em breve, unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão contar com um kit de fácil manipulação para o diagnóstico molecular da tuberculose em ambientes com pouca infraestrutura.
Diagnóstico rápido da tuberculose
A detecção da doença com resultados precisos, hoje, é feita em laboratórios e centros de saúde. Porém, com a possibilidade de um diagnóstico rápido da tuberculose, essa agilidade pode cair para apenas três horas. É o que diz o pesquisador Alexandre Costa, do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná), de Curitiba.
“A ideia é permitir que métodos de diagnóstico moleculares sejam simples o bastante para uso no dia a dia da rede pública de saúde.”
Já o objetivo, explica, é facilitar o acesso da população a testes diagnósticos de qualidade. E ainda reforçou:
“Com isto, será possível atingir áreas de difícil acesso e diminuir a carga em hospitais e centros de saúde urbanos.”
Solução tecnológica
Por outro lado, a solução tecnológica encontrada pelos pesquisadores alia o uso do papel de filtro para coletar amostras com um equipamento portátil de qPCR e reagentes “prontos-para-uso” em um procedimento de passos simples em curto período.
Contudo, Costa ressaltou também que “a tecnologia tem que estar a serviço da população, sempre buscando a inclusão de todos, independente do acesso geográfico ou da situação econômica”.
Costa completa o raciocínio ao dizer que “esse é o ideal da Agenda 2030, cujos objetivos são aderentes à missão da Fiocruz”. No caso, ele se refere ao programa da ONU que determina os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Projeto em fase de validação
O projeto está em fase de validação e desenvolvimento no Rio Grande do Sul. E conta com a colaboração do serviço de diagnóstico dos Hospitais Sanatório Partenon (Porto Alegre) e Universitário, da Universidade Luterana do Brasil (Canoas), e, também, do grupo técnico do Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT – Porto Alegre).
Criação de uma plataforma portátil
Além disso, uma das principais oportunidades que o projeto trouxe é a criação de uma plataforma portátil de testes moleculares, com possibilidade de diagnóstico, no futuro, de outras doenças, como hanseníase, malária, tracoma e hepatites. O projeto é financiado por recursos de edital CPNq/Fiocruz.
O que causa a tuberculose?
A tuberculose é causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, e é uma das principais fontes de mortalidade por um único organismo. Isso porque ele afeta de forma desproporcional países de baixa e média renda per capita. Prova disso é que em 2016, 1,7 milhão de pessoas morreram e 10,4 milhões adoeceram com tuberculose, sendo que 56% dos casos ocorreram em apenas cinco países: Índia, Indonésia, China, Filipinas e Paquistão.
Todavia, o Brasil pertence ao grupo dos 22 países de alta carga viral priorizados pela OMS. Ou seja, os que concentram 80% dos casos de TB no mundo, e ocupa a 18ª posição em número total de casos. Isto representa 0,9% dos casos estimados no mundo e 33% dos estimados para as Américas.
*Foto: Reprodução