Computação em nuvem é a plataforma de inovação que entrou definitivamente na estratégia do setor de finanças
Anos atrás era vista com certa desconfiança, mas hoje a computação em nuvem entrou definitivamente na estratégia tecnológica do setor financeiro, como plataforma preferencial de inovação. É o que explicou Cintia Barcelos, diretora de tecnologia do Bradesco, durante o painel “No caminho das nuvens: como acelerar e gerenciar a migração para cloud”, realizado no Febraban Tech.
“Ficar fora de cloud é ignorar a inovação.”
Computação em nuvem nas instituições financeiras
Sendo assim, atentas à segurança e à privacidade dos dados, as empresas do setor definiram que toda e qualquer inovação será desenvolvida e implementada em computação em nuvem. Além disso, os sistemas legados vêm passando por um processo de avaliação de necessidade e relevância, em especial quanto à diferença que oferecem ao cliente final.
Sobre isso, o ex-VP de TI e Digital da Caixa, Cláudio Salituro, afirma que a transformação digital é essencial para as instituições financeiras.
Estratégias
De acordo com a IDC, 67% das instituições financeiras têm estratégia de computação em nuvem, com foco em produtividade, economia de tempo de implementação e ganho de desempenho, principalmente. No caso do Bradesco, 98% das transações no ambiente digital vê o ambiente de cloud como estratégico para reduzir o tempo de lançamento de novas aplicações (time to market). Isso porque no banco a cloud do lançamento da inteligência artificial BIA hoje contribui para o crescimento de 40% a 50% da produtividade dos desenvolvedores.
Santander
Por outro lado, no banco Santander, segundo Ricardo Contrucci, chief technology officer (CTO), todas as entregas de Open Finance são feitas sem cloud.
“O ambiente nos dá muita agilidade. Conseguimos identificar problemas e avaliar a capacidade de cada produto na fase de desenho da aplicação.”
Itaú Unibanco
Desempenho semelhante foi compartilhado por Fabio Napoli, diretor de TI do Itaú Unibanco. Segundo ele, a decisão do Banco de migrar processos para o ambiente de nuvem segue os critérios da modernização e da competitividade.
Como resultados, Napoli compartilha que desde o primeiro trimestre de 2018 até aqui, o Itaú Unibanco aumentou em 10 vezes a velocidade de entrega de novos produtos e reduziu 98% das falhas. O que prova que a computação em nuvem deixou de ser uma oferta de infraestrutura como serviço para assumir papel mais estratégico, principalmente com a integração da inteligência artificial aos sistemas de gerenciamentos do ambiente.
Os profissionais e o legado
Com um processo de migração milimetricamente planejado, os bancos adotaram o cuidado de não só dominar os meandros da tecnologia, como também o de treinar seus profissionais para se tornarem independentes dos provedores de serviços.
Neste caso, o Santander foi o que mais promoveu treinamento de profissionais internos. Além disso, o banco possui uma nuvem própria e contrato com dois provedores de nuvem pública. Contrucci conta que todas as inovações do Banco nascem em cloud e a migração do legado segue o critério da relevância para o negócio e os diferenciais entregues ao cliente.
Napoli, do Itaú Unibanco, explicou que o Banco tem incentivado a certificação de profissionais e hoje conta com 5 mil certificações em cloud.
“Cloud é democrática. Permitimos que todos sejam treinados para acelerarmos as iniciativas.”
Por fim, para intensificar o ganho de produtividade, os bancos estudam a integração da inteligência artificial em algumas áreas, afirmou Fabio Napoli:
“A IA Generativa tem que resolver problemas. Estamos estudando muito a tecnologia para buscar mudanças instrumentais. Pode chegar a um momento de não termos mais processos.”
*Foto: Reprodução/Unsplash (Caspar Camille Rubin – unsplash.com/pt-br/fotografias/0qvBNep1Y04)