As expectativas dos consumidores em relação à inflação da zona do euro nos próximos anos aumentaram. É o que revela nova pesquisa do Banco Central Europeu divulgada na terça-feira (5). E, provavelmente, isso aumenta as preocupações de que o declínio no crescimento dos preços possa permanecer acima da meta do banco.
Expectativa quanto à inflação
Além disso, o BCE elevou os juros em cada uma das últimas nove reuniões para um pico de mais de duas décadas. Porém, as autoridades estão agora discutindo se dão uma pausa neste mês dada a rápida deterioração do cenário para o crescimento da economia, que já levanta temores de recessão.
Pesquisa de Expectativas do Consumidor
Por outro lado e, possivelmente reforçando o argumento a favor de um aumento, a Pesquisa de Expectativas do Consumidor do próprio BCE mostrou que as expectativas de inflação para três anos à frente aumentaram para 2,4% em julho, de 2,3% em junho, acima da meta de 2% do BCE.
Enquanto isso, a mediana das expectativas de inflação para os próximos 12 meses permaneceu em 3,4%, quebrando uma tendência de declínio constante desde a primavera (no hemisfério norte).
Rápida queda
Contudo, o BCE previu uma rápida queda no aumento dos preços este ano. Mas uma desinflação muito mais lenta em 2024, com algumas autoridades até mesmo alertando que a “última etapa” da desinflação poderá ser tão longa que o crescimento dos preços poderá ser retomado e ficar longe da meta.
No longo prazo
Já no longo prazo, as expectativas baseadas no mercado indicam que no longo prazo, em torno de 2,6%, indicam que os investidores não possuem confiança na disposição do BCE de pressionar a economia o suficiente para reduzir as pressões sobre os preços.
Mesmo assim, os consumidores seguem vendo uma contração econômica à frente e as expectativas de crescimento para os próximos 12 meses foram rebaixadas de -0,6% para -0,7%, informou o BCE.
Desemprego
Já em relação ao desemprego, as expectativas seguiram inalteradas. Isso porque os consumidores viram um crescimento ligeiramente mais lento da renda nominal, acrescentou a pesquisa do BCE.
“A queda na expectativa de crescimento da renda nominal foi impulsionada principalmente pelos entrevistados da faixa de renda mais baixa.”
Por fim, os mercados veem apenas 25% de chance de um aumento em 14 de setembro. Contudo, ainda esperam que um aumento de 25 pontos-base, para 4%, ocorra antes do final do ano, seguido de cortes nas taxas a partir de meados de 2024.
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/grafico-do-mercado-de-acoes-na-tela-virtual-com-remix-digital-de-mao-de-mulher_17122465