Fundo da Caatinga foi pauta de reunião entre o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), ontem (31)
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), entregou diretamente à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), uma proposta de criação do Fundo da Caatinga. A reunião ocorreu na sede da pasta na terça-feira (31).
Fundo da Caatinga
Já com a minuta do decreto em mãos, resultado de trabalho feito em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Consórcio Nordeste propôs o Fundo da Caatinga, assim como já ocorre com o Fundo da Amazônia.
Participaram da cerimônia o secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eduardo Sodré, a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira, além do secretário executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas.
Proposta
De acordo com a proposta apresentada, há a ênfase e possibilidade de financiamento: projetos para o manejo sustentável, recuperação e revitalização de áreas degradadas, apoio a projetos sustentáveis de geração e distribuição de energia, atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da Caatinga e, dentre outros, conservação e uso sustentável da biodiversidade.
Segundo o governador Jerônimo Rodrigues, que lidera os debates sobre meio ambiente no Nordeste, enfatizou que “a criação de um fundo específico para o bioma mais brasileiro e tipicamente nordestino é fundamental para ampliar as nossas possibilidades de convívio com o semiárido. A Caatinga nos oferece diariamente soluções de resiliência e, apoiar o potencial da bioeconomia do bioma, fomentar a agricultura de baixo carbono em pequenas e médias propriedades para a produção de alimentos e outras tecnologias sociais já conhecidas vai nos permitir um salto de qualidade em nossas políticas para a sustentabilidade”.
Estudos
Além disso, segundo o Consórcio do Nordeste, o Ministério do Meio Ambiente recebeu a proposta com bastante entusiasmo, ressaltando o protagonismo do Nordeste no redesenho institucional e já se dispôs a montar um grupo de trabalho com o Consórcio para elaboração de um Plano para a Caatinga e aprofundar os estudos para criação do Fundo.
Além de Marina Silva, participaram da reunião o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, e os secretários Edel Moraes, André Lima e Daniel Viegas.
Sobre a Caatinga
A Caatinga, do tupi “mata branca”, é o único bioma exclusivamente brasileiro. Dotada de uma riquíssima variedade biogenética, a Caatinga é um território que tem muito a ofertar ao Brasil e ao mundo. Isso engloba: possibilidades de sequestro de carbono da atmosfera até como sua vegetação, já tão bem adaptada a um ambiente semiárido, que pode ensinar ao planeta como construir exemplos de políticas de adaptação climática em territórios com menor acesso à água.
Adiciona-se a isso o fato que a Caatinga é uma grande região natural que presta importantes serviços ao planeta. Ela também apresenta índices notáveis de biodiversidade e endemismo. A resiliência das diferentes espécies vegetais que povoam a Caatinga pode, em um mundo que vem sofrendo um processo de mudanças climáticas, ser fonte de adaptações genéticas para maior eficiência agrícola. Sendo assim, sua proteção é chave para a construção de um mundo adaptado às mudanças climáticas e a conservação de sua biodiversidade é crucial para atingir tal finalidade.
*Foto: Reprodução/Instagram Oficial Marina Silva