Mulheres lideram luta contra a fome por meio de trabalho em ONG, garantindo que 33 mil pessoas não sofram com a fome todos os dias
É por meio de muitas mulheres à frente do combate à fome que o Brasil escreve um novo capítulo de sua história. Porém, também é o grupo mais atingido pela insegurança alimentar. É o que revela os dados de um estudo da Rede Penssan, em que 63% das famílias chefiadas por mulheres estão em situação de fome. Além disso, mais de 11% delas sofrem com a falta de alimentos. Enquanto isso, a parcela de homens na mesma situação é de 8,2%, de acordo com a FAO.
Mulheres lideram luta contra a fome
Mas, apesar disso, as mulheres lideram luta contra a fome do ponto de vista que, hoje, 51% do voluntariado brasileiro é formado pelo gênero feminino. Entre os grandes exemplos que têm no país, uma ONG se destaca para que não falte alimento às pessoas em situação de vulnerabilidade social. Trata-se da Associação Prato Cheio.
Sobre este trabalho, a gerente da associação, Núria Chaim, revela que a equipe da ONG é toda comporta por mulheres mais os estagiários. Segundo ela, ninguém mede esforço para que o trabalho cresça ainda mais. Além disso, a associação conta com o apoio das organizações parceiras, onde a maioria dos colaboradores também é do público feminino. E todos comprometidos com a causa da insegurança alimentar.
Além de ONGs, outros tipos de iniciativa ocorrem em todo o país, ensinando mulheres a empreenderem no ramo alimentício. É o caso da chef de cozinha, Taiza Krueder que dá apoio e mentoria a outras mulheres empreendedoras, que assim como ela, são exemplos de inspiração em suas comunidades. A empresária criou na pandemia um programa culinário chamado ‘Clara in Casa’, que faz alusão à sua outra atividade, a de CEO do grupo hoteleiro Clara Resorts, com dois hotéis no interior de São Paulo. Agora, ela pretende democratizar suas receitas por meio do WhatsApp, atingindo muitas mulheres que podem recriar suas receitas, em que muitas utilizam alimentos fáceis de ser encontrados.
Desigualdade econômica
Contudo, Núria explica que a parte social do projeto e o fornecimento de alimentação a quem precisa, na maioria, é desempenhado por mulheres. Mas, ao mesmo tempo, são as mulheres as que mais sofrem com a desigualdade econômica, bem como as pessoas pretas. Ou seja, todo o peso da vulnerabilidade recai sobre estas pessoas, admite a gerente da Associação Prato Cheio.
Além disso, a Associação Prato Cheio atua com base em três linhas em conformidade ao ODS 2.
Arrecadação de alimentos
Apenas em 2023, a Prato Cheio arrecadou mais de 653 mil quilos de alimentos. Na ocasião, foram doadas 10.200 marmitas, 915 cestas básicas e 11 mil cestas de hortaliças. Ao todo, mais de 33 mil pessoas foram beneficiadas por dia através das organizações parceiras.
Núria diz que a equipe da associação fica muito feliz com os relatos das pessoas que recebem os alimentos. A Prato Cheio se orgulha em poder oferecer frutas e legumes que ninguém teria a oportunidade de consumir. São alimentos importantes do ponto de vista nutricional. A gerente diz ainda que a ajuda financeira que recebem também é vital para que melhorem sua infraestrutura, até mesmo para reformarem o espaço de trabalho.
Plataforma de Impacto
Como novidade para 2024, a ONG vai lançar uma Plataforma de Impacto, cujo objetivo é com que todas as empresas doadoras de alimentos e instituições parceiras tenham à disposição um relatório de prestação de contas com dados sobre as doações e o impacto gerado.
Por fim, ao desempenhar um trabalho de redução de perdas e desperdício, a empresa, ONG ou voluntário estará promovendo uma alimentação saudável. Mas, este trabalho também é dever de toda a sociedade.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/frutas-sortidas-e-mistas_4124552.htm#fromView=search&page=1&position=15&uuid=9c8989d5-e5a9-407f-bd8e-3b947d4d5ec0