Cannabis contra o Parkinson e Alzheimer tem testes que devem durar quase três anos e envolvem avaliações em Florianópolis (SC), Rio do Sul (SC) e Foz do Iguaçu (PR)
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) anunciou um ensaio clínico em parceria com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) para investigar o potencial terapêutico de substâncias extraídas da Cannabis sativa no tratamento das doenças de Parkinson e Alzheimer. Ao todo, 140 pacientes participaram do estudo, divididos igualmente entre as duas condições de saúde, este é considerado um dos maiores estudos do gênero no mundo.
Vale dizer também que outros estudos e tratamentos já estão em andamento para essas doenças, em outras partes do mundo. É o caso dos Estados Unidos, por meio do método de Indução de Proteínas de Choque Térmico. Trata-se de uma técnica não invasiva, desevolvida pelo médico brasileiro Marc Abreu. O método pode tratar sintomas e efeitos do Alzheimer, Parkinson, ataxia, doença de Huntington, doenças do neurônio motor (ELA), atrofia de múltiplos sistemas, epilepsia e outras doenças neurológicas, bem como câncer.
Cannabis contra o Parkinson e Alzheimer
O projeto de cannabis contra o Parkinson e Alzheimer, liderado pelo professor Rui Prediger da UFSC, terá uma duração estimada de três anos e envolverá pesquisadores de três instituições, com avaliações sendo conduzidas em Florianópolis (SC), Rio do Sul (SC) e Foz do Iguaçu (PR). Contudo, o destaque da iniciativa reside não apenas na abrangência geográfica, mas também no número significativo de participantes.
Estudos anteriores
Por outro lado, os ensaios da UFSC e Unila se diferenciam de estudo anteriores, pois estes envolviam grupos reduzidos de 15 a 20 pacientes. “Normalmente os estudos clínicos são feitos com um número pequeno de pacientes. Os realizados até agora com canabinoides e Parkinson e Alzheimer estão na faixa de 15 a 20 pacientes”, observa o professor Rui Prediger.
No caso dos ensaios da UFSC e Unila, os primeiros pacientes diagnosticados com Parkinson já receberam os kits contendo canabinoides e passaram por avaliações iniciais em Florianópolis e no Rio do Sul, iniciadas em janeiro. Já os estudos relacionados ao Alzheimer têm previsão de início ainda neste mês, ocorrendo em Foz do Iguaçu. E ambas as pesquisas seguirão metodologias semelhantes.
Como funcionará o ensaio
Durante os primeiros seis meses, metade dos participantes de cada grupo receberá um composto contendo canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), ambas extraídas da planta de maconha. Já a outra metade receberá um placebo, sem efeito terapêutico. Além disso, tanto os pacientes quanto os cientistas serão ‘cegos’ para quem está recebendo o tratamento real.
Os participantes serão submetidos a avaliações periódicas, abrangendo parâmetros como tremores e movimentação nos pacientes com Parkinson, e memória nos casos de Alzheimer. Em seguida, serão monitorados sintomas de ansiedade, depressão e qualidade do sono, entre outros. Por fim, os encontros incluirão atendimento neurologista e exames de sangue para avaliação de indicadores de progressão das doenças.
Fonte: UFSC Notícias
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/medico-mao-segure-e-ofereca-ao-paciente-maconha-medicinal-e-oleo_5475022.htm#fromView=search&page=1&position=4&uuid=b33e2e73-7e66-4195-b33e-fdaa9f8d687d