Preço médio deste segmento também reflete nos estoques de que estão bem mais caros, indica estudo da CBIC
Recentemente, o índice de preços médios de apartamentos no Brasil foi objeto de estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que revelou um aumento de mais de 50% nos últimos cinco anos. Neste caso, o indicador de valores ficou em 171,9 pontos nos três primeiros meses de 2024, o que corresponde a um aumento de 54,4% em relação ao mesmo período de 2019, com 111,35 pontos. É importante destacar que o índice se refere à variação dos preços dos imóveis ao longo do trimestre.
Porém, tal variação considera somente apartamentos, em uma análise realizada em 220 municípios brasileiros. O estudo registrou um avanço de 12% em comparação aos primeiros três meses de 2023, com 153,46 pontos na ocasião.
Principais fatores
Representantes da CBIC e da Secovi-SP revelam dois principais fatores para este movimento nos imóveis:
- o preço dos materiais de construção que aumentou bastante, o que fez encarecer projetos da construção civil ao longo do período da pandemia de Covid-19; e
- a queda dos estoques de apartamentos disponíveis.
Para o presidente da CBIC e especialistas do mercado imobiliário, há dois anos já era evidente o aumento no valor de materiais como o aço, alumínio, cimento e cobre, esse movimento teve um impacto direto no preço dos apartamentos.
O presidente explicou ainda que, mesmo que o cliente tivesse condições de arcar com o fluxo de pagamento de uma obra, o custo de uma construção também cresceu.
Queda dos estoques
Por sua vez, o aumento dos preços acontece em razão da queda do número dos estoques, em meio ao índice cada vez menor de lançamentos.
A estudo revelou também que o lançamento de apartamentos residenciais totalizou 56.355 unidades no primeiro trimestre de 2024, uma redução de 9,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, na mesma comparação, a oferta final chegou a 272.708 unidades, caindo 12,2%.
Com essa queda no número de imóveis disponíveis no mercado, a tendência é que a variação de preços siga a lei de oferta e demanda.
Minha Casa Minha Vida
Apesar da diminuição no número de lançamentos, houve um foco nos projetos dentro do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Isso ocorreu devido às alterações implementadas pela gestão Lula em 2023.
As novas regras do programa ofereceram um subsídio maior, juros mais baixos e um aumento no valor máximo dos imóveis que podem ser adquiridos. Esses fatores contribuíram para um aumento nos lançamentos nessa modalidade, atingindo 24,7% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Sobre as vendas de apartamentos feitos por meio do programa, houve um aumento de 21,3% na mesma base de comparação. Esse crescimento já reflete as mudanças feitas no MCMV. Com isso, a expectativa agora é que tanto os lançamentos quanto as vendas de imóveis ganhem mais força.
Atualmente, o MCMV representa 47% do total de lançamentos no mercado imobiliário e tem potencial para crescer ainda mais do que os lançamentos tradicionais. Por fim, também há expectativa de que todos os segmentos imobiliários cresçam ainda em 2024.