Hub de Hidrogênio Verde e Renda do Sol possuem potencial para tornar o Estado pioneiro em energia verde e na geração solar distribuída
Em quase dois anos de pandemia, a área de grandes negócios demonstrou o quanto é essencial do desenvolvimento sustentável sem impactos ao meio ambiente. Consequentemente, o papel desse setor da economia tem sido desafiado de forma acelerada.
Uma prova disso é o que ocorre nestes últimos dois anos em solo brasileiro na gestão de questões ambientais, sociais e de governança (ESG). Ele passou a ser prioridade estratégica e central dentro das empresas.
Entretanto, ainda há uma grande desigualdade social e ambiental em todo o mundo. Portanto, as Nações Unidas estimam que o investimento necessário para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030 é em torno de US$ 4,5 trilhões por ano.
Hub de Hidrogênio Verde
Sendo assim, a partir de uma integração estratégica de recursos sem fins lucrativos, recursos de fomento e desenvolvimento e capital privado em operações híbridas sob a mesma tese de impacto, pode haver melhorias significativas.
E é nesta toada este tipo de investimento tem o potencial de fazer o estado do Ceará o pioneiro em hidrogênio verde e também na geração solar distribuída.
A região aposta em um ecossistema de desenvolvimento de energias do futuro. Ou seja, sol, mar e vento estão disponíveis o ano inteiro. Isso porque as usinas eólica e solar comercialmente viáveis do Brasil são cearenses.
13 memorandos
Além disso, hoje, há 13 memorandos de entendimento para produção de hidrogênio verde no Complexo do Pecém, no Ceará. E ainda se fala que este é um pioneiro hub de hidrogênio verde.
Ele é produzido quando uma corrente elétrica, de preferência de fonte de energia renovável, passa pela água. Com isso, o hidrogênio verde é pouco poluente e pode ser utilizado para fornecer energia para a indústria e aos transportes. Em contrapartida, o combustível sustentável pode resultar em quase um quarto a redução de CO2 necessária em 2050, segundo dados do Hydrogen Council.
Mais desafios para o Hub de Hidrogênio Verde
No entanto, ainda há desafios a serem cumpridos. Isso envolve regulamentações em ajustes que viabilizem o ganho de escala com segurança.
Em termos econômicos, o estado utiliza seu capital de alavancagem para desenvolver um projeto piloto para implementar a primeira usina de hidrogênio brasileira. E seu início de operação está previsto para dezembro de 2022.
Já em uma operação híbrida, o recurso do poder público faz sentido para fomentar o ecossistema e sustentar o desenvolvimento da nova tecnologia, de maneira a canalizar as vantagens competitivas apresentadas pelo Ceará.
Renda do sol
Além do hidrogênio verde, há também como alternativa de capital híbrido a Renda do Sol. Neste caso, é uma proposta estratégica a fim de reduzir a pobreza entre os mais vulneráveis e moradores no estado do Ceará por meio da microgeração de energia.
O ativo – a energia solar residencial – é o grande insumo que trará ao Estado vantagem competitiva frente aos demais estados e não apenas do ponto de vista do impacto econômico, como também social e ambiental.
Sendo assim, o projeto Renda do Sol visa a contribuição para atingir os ODS. E ainda é estratégico para a economia local. Sem contar que há alto valor à sociedade. Isso porque ele propõe:
- excelência em qualidade de vida e bem-estar em todas as dimensões;
- elevar o padrão de vida da população, considerando itens fundamentais como saúde, educação, cultura, engajamento comunitário e meio ambiente;
- redução radical da pobreza e das desigualdades em busca do desenvolvimento social;
- e reduzir expressivamente a pobreza e o desemprego na busca do ideal da erradicação da miséria, da elevação da renda per capita e da redução da desigualdade socioeconômica para o patamar dos melhores níveis do país.
Novo mercado de capital
Por meio dessas duas alternativas estima-se que o estado cearense se abra para o novo mercado de capital, onde as pessoas são o centro. E os mais impactados serão os que possuem menos privilégios.
Por fim, será necessária grande alocação de capital, principalmente na área de infraestrutura e construção civil. A maior parte do capital para financiar esses projetos tem de vir do setor privado.
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