Ômicron no Brasil teve 337 amostras de SARS-CoV-2, segundo levantamento, e destas, 312 indicaram infecção pela variante; foram 2.463 amostras coletadas entre 26 de dezembro e 1º de janeiro
Por meio de uma análise realizada pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), em parceria com os laboratórios Dasa e DB Molecular, ficou evidente a presença da SARS-CoV-2 em 312 amostras, das 337 analisadas. Ou seja, uma indicação de 92,6% da variante ômicron. Os pesquisadores analisaram 2.463 amostras coletadas entre 26 de dezembro e 1º de janeiro.
Ômicron no Brasil – amostras
Além disso, desde o dia 1º de dezembro de 2021, os pesquisadores testaram um total de 32.946 amostras em 415 cidades de 25 estados. E o resultado foi que a presença da ômicron no Brasil se distribuiu da seguinte forma: 80 municípios identificaram a variante, em oito estados. São eles: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins, e também no Distrito Federal.
Nota
Em nota, o diretor-presidente do ITpS, Jorge Kalil, afirmou:
“O ITpS considera relevante para as decisões de saúde pública a divulgação dos dados de teste RT-PCR Especial, principalmente neste momento em que o país vive um apagão de dados oficiais. Aliado a isso, temos de lidar com a baixa capacidade de testagem de casos e de sequenciamento genômico para acompanhamento das variantes, o que dificulta ainda mais a avaliação do cenário atual de disseminação do SARS-CoV-2 e a consequente atuação dos governos no combate à pandemia.”
Por outro lado, em apenas um mês, a positividade para o coronavírus aumentou de 5% para 13,7%. Conforme o instituto, este é um reflexo da ômicron no Brasil.
Sobre isso, o virologista Anderson Brito, e também pesquisador científico do ITpS, explica:
“A situação de outros países mostra que a ômicron se torna predominante em questão de semanas onde é introduzida. Apesar de nossas análises não mostrarem casos da variante em todos os estados, é provável que neste momento ela já esteja presente na maioria deles.”
Registro da nova variante
A nova variante foi detectada da seguinte maneira: os laboratórios usaram o teste RT-PCR. Porém, não realizaram o sequenciamento genético. Isso porque a ômicron possui várias mutações e deleções (remoções de fragmentos de genes). Além disso, uma deleção em particular afeta os códons 69 e 70 do gene S (na linhagem Ômicron BA.1). Sendo assim, “alguns testes RT-PCR falham na detecção da região deletada, e assim podemos detectar a ômicron”.
Tempo maior
Em contrapartida, Kalil explicou ainda que o “o mais normal seria fazer todo o sequenciamento do vírus, e isso leva tempo”.
Portanto, os pesquisadores estão fazendo isso de modo sistemático. Ou seja, acumulando dados e vendo que há um crescimento diário desta variante.
Boletim do Ministério da Saúde
No dia 5, foi divulgado um boletim do Ministério da Saúde, constando que o país registrou 265 casos confirmados de ômicron e que há outros 520 em análise.
Posição da OMS
A OMS revela que a variante não é leve. Para o chefe da Organização Mundial de Saúde, a ômicron pode ser menos grave, porém, não deve ser classificada como “leve”.
Já para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma entrevista coletiva, apelou por uma maior equidade global na distribuição e acesso às vacinas contra o Covid-19.
Por fim, ele alertou que, com base na taxa atual de distribuição de vacinas, 109 países não conseguirão cumprir a meta da OMS. No caso, de 70% da população mundial esteja totalmente vacinada até julho deste ano. Portanto, esse objetivo tem a pretensão de ajudar a encerrar a fase aguda da pandemia.
*Foto: Unsplash