Desemprego de mulheres em 2021 ainda pode agravar o atual calendário se não ocorrerem políticas públicas voltadas à qualificação profissional de mulheres
Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas o desemprego de mulheres em 2021 bateu recorde. Além disso, a questão pode se agravar no atual calendário, se não ocorrerem políticas públicas voltadas à qualificação profissional de mulheres. Elas estão em busca de emprego, especialmente impulsionada pela crise na economia por conta da pandemia de Covid-19.
Desemprego de mulheres em 2021
A taxa de desemprego de mulheres em 2021 bateu recorde e registrou o mais elevado patamar em nove anos. Sendo assim, a falta de emprego entre o sexo feminino pode se gravar este ano.
É o que alerta a pesquisadora Janaína Feijó, da Área de Economia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ela esteve à frente da pesquisa sobre o assunto. Em seu estudo “Panorama das mulheres no mercado de trabalho – Período 2012-2021”, realizado com base em microdados da Pnad, pesquisa oficial sobre mercado de trabalho, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A técnica informa também que a taxa de desemprego entre mulheres ficou em 16,45% em 2021, ante 16,25% um ano antes.
Disparidades entre homens e mulheres
Todavia, a especialista disse que as disparidades entre homens e mulheres, no mercado de trabalho. E isso seja com maior volume de mulheres desempregadas do que homens. Ou ainda ganhando menos do que eles, não é uma novidade no país. Entretanto, para a pesquisadora revela que o impacto da pandemia em 2020 agravou as disparidades entre homens e mulheres no mercado de trabalho, em detrimento às mulheres.
Desligamento
Na prática, Janaína comenta que muitas mulheres saíram do trabalho durante a crise econômica gerada pela pandemia. Ou seja, a partir de 2020. Além disso, elas não conseguem agora retomar seus postos, mesmo com a paulatina regularização da atividade econômica ao longo do ano passado. Isso por conta da agilidade na vacinação contra a covid. Consequentemente, há uma melhora em segmentos intensivos em emprego, como o setor de serviços.
Setor de tecnologia
Por outro lado, a especialista cita um dos setores que mais demanda no país após o advento da pandemia. Trata-se da área de tecnologia da informação. Esta é um profissão com maior presença masculina, admite.
“Assim podemos tomar como um exemplo uma secretária, uma mulher com essa formação, de secretariado e um rapaz formado em engenharia de computação: o mercado está demandando mais esse último.”
Sendo assim, fica perceptível o distanciamento entre as taxas de desemprego, em 2021, entre homens e mulheres, que bateu 5,74 pontos percentuais, afirma. Esta foi a maior diferença entre as taxas de desemprego masculina e feminina também desde 2012.
Políticas públicas
Por outro lado, Janaína Feijó recomenda que para melhorar a situação de emprego entre as mulheres, deve colocar em prática uma estratégia que combine políticas públicas em prol da qualificação profissional entre o sexo feminino.
A ideia seria de direcionar esforços para a formação educacional das mulheres, em prol das chamadas profissões do futuro, principalmente na área de tecnologia de informação.
Por fim, ela admitiu que se nada for feito agora, a situação da mulher no mercado de trabalho tende a se agravar.
“Se não for feito nada, permanecerá esse cenário atual no qual a empregabilidade dos homens é maior do que das mulheres.”
*Foto: Unsplash