Primeiros imunoterápicos oncológicos brasileiros serão estudos pela Santa Casa e UFCSPA
Uma pesquisa que pode resultar num marco para a oncologia no Brasil dá os primeiros passos na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Primeiros imunoterápicos oncológicos brasileiros
Além disso, a realização do projeto de pesquisa “Desenvolvimento de imunoterápicos oncológicos e seus testes preditivos de resposta para o SUS” teve o apoio confirmado pelo Ministério da Saúde e deverá começar nos próximos dias, e se tornou um dos mais abrangentes estudos já feitos na área de saúde no país.
Atualmente, o Brasil importa 100% dos imunoterápicos oncológicos consumidos no país. Isso torna a pesquisa uma esperança de mudança no cenário para os próximos anos.
Condução da pesquisa
A pesquisa é conduzida por pesquisadores da Santa Casa de Porto Alegre e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Os pesquisadores principais são Antonio Nocchi Kalil, professor da UFCSPA e diretor médico e de ensino e pesquisa da Santa Casa, e Cristina Bonorino, imunologista e professora da UFCSPA. Já o financiamento será em torno de R$ 4,55 milhões do Ministério da Saúde por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).
Para o coordenador Kalil:
“Este é um projeto de pesquisa muito bem estruturado que, embora ainda em fase inicial, abre uma importante perspectiva, uma vez que tem como principal objetivo o desenvolvimento de insumos fundamentais para o tratamento da maioria das doenças oncológicas, que hoje são encontrados somente no exterior. Num futuro não muito distante, esperamos poder comemorar resultados que trarão intensos benefícios para toda a oncologia e principalmente para o nosso Sistema Único de saúde.”
Revolução no tratamento dos cânceres
Já para a pesquisadora Cristina Bonorino, a importância do surgimento dos imunoterápicos:
“Estas drogas, que começaram a ser utilizadas em larga escala apenas em 2010, valeram o prêmio Nobel em 2018 aos seus pesquisadores e representam uma revolução no tratamento dos cânceres, mas ainda são extremamente caras, movimentando em torno de 70 bilhões de dólares ao ano no mundo. Uma pesquisa como a nossa coloca perspectiva de um grande avanço na utilização destes medicamentos, numa escala muito maior e com menores custos, para os pacientes do SUS.”
Por fim, segundo o protocolo aprovado, a pesquisa possui prazo de execução de 36 meses. O início é imediato após a liberação dos recursos pelo Ministério da Saúde.
*Foto: Reprodução