Confiança empresarial de setembro deste ano foi influenciada tanto pela melhora das percepções sobre a situação atual e como das expectativas, aponta estudo da FGV
O Índice de Confiança Empresarial (ICE), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), subiu 0,8 ponto em setembro, para 101,5 pontos, o maior nível desde agosto de 2021 (102,5 pontos).
Confiança empresarial no Brasil
Contudo, em médias móveis trimestrais, o indicador de economia manteve a tendência ascendente pelo sexto mês consecutivo, com crescimento de 2,7 pontos no terceiro trimestre de 2022. Isso configura um ritmo menos intenso de alta que o do trimestre anterior, quando o ICE avançara 7,0 pontos.
De acordo com Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas do FGV Ibre, em comentário no relatório:
“O ICE se aproxima do nível de agosto de 2021, o maior alcançado desde o início da pandemia de covid-19. Desta vez com avaliações mais positivas sobre a situação atual e expectativas menos favoráveis em relação aos meses seguintes, principalmente no horizonte de seis meses à frente. Os setores menos otimistas são o Comércio e Indústria. Neste último setor, nota-se um pessimismo crescente com as perspectivas para a demanda externa – principalmente no segmento de Intermediários – reflexo da forte desaceleração em curso da economia mundial.”
Confiança em setembro
Além disso, a alta da confiança empresarial de setembro foi influenciada pela melhora das percepções sobre a situação presente e das expectativas para os próximos meses.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,7 ponto, para 102,0 pontos, maior nível desde junho de 2013 (102,4 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 1,0 ponto, para 100,1 pontos, maior nível desde outubro de 2021 (100,3 pontos).
Consolidação dos índices
Por outro lado, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
Prova disso é que em setembro, a confiança subiu em todos os setores que integram o ICE, exceto na Indústria que recuou ligeiramente, motivada pela piora das avaliações em relação à situação corrente. A alta da confiança nos demais setores foi puxada pela melhora nos dois horizontes de tempo da pesquisa. A confiança dos setores de Comércio, Serviços e Construção continuam superando o nível neutro dos 100 pontos.
Por fim, a confiança empresarial cresceu em 61% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma disseminação semelhante à observada no mês anterior.
*Foto: Reprodução