Setor industrial menos otimista é o reflexo de uma pesquisa da S&P Global; índice teve queda de 52% em junho para 45% em outubro
As expectativas da atividade de negócios no Brasil recuaram de 52% em junho para 45% em outubro. Isso configura um grau mais fraco de otimismo desde o início de 2021, informou a S&P Global em seu último Business Outlook.
Setor industrial menos otimista
Essa moderação do setor industrial menos otimista ficou em linha com o cenário global, com nove dos 12 países para os quais dados comparáveis estão disponíveis experimentando uma revisão para baixo das perspectivas de crescimento.
Dados da S&P
Além disso, a S&P coletou antes do segundo turno das eleições respostas sobre a confiança das empresas sobre as expectativas dos negócios e, somado à incerteza política. E ainda notou preocupações sobre a fraqueza da demanda, taxas de juros elevadas, pressões competitivas e inflação.
Entretanto, o sentimento em torno da rentabilidade, emprego, investimento e gastos com pesquisa e desenvolvimento fortaleceram desde junho.
Segundo Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, representantes da indústria sinalizaram um enfraquecimento maior da confiança do que os prestadores de serviços.
“Entre os primeiros, o saldo líquido caiu de +62%, em junho, para um mínimo de seis anos e meio, de +46% em outubro. O respectivo valor de serviços caiu de +49% para +44%.”
Segundo turno das eleições
Por outro lado, ela revela em nota que mesmo diante de um alto nível de incerteza política no momento em que os dados foram coletados, pouco antes do segundo turno, as companhias indicaram uma melhora no sentimento em relação a várias medidas que influenciam na variação de investimentos a contratações e expectativas de inflação domadas.
“A única leitura indesejável foi observada para a atividade empresarial, que indicou moderação no otimismo a partir de meados do ano.”
Confiança no Brasil
Por fim, Pollyanna afirma que a confiança no Brasil também se manteve bem em comparação com outras nações. Muitas delas têm o sentimento dos negócios reduzindo substancialmente em outubro devido à volatilidade dos preços da energia e temores de recessão.
“O risco de uma recessão à espreita na economia global pode prejudicar consideravelmente as exportações, enquanto o governo recém-eleito tem espaço fiscal limitado para mitigar uma desaceleração enquanto tenta cumprir as promessas de bem-estar.”
*Foto: Reprodução