Práticas pedagógicas sobre o autismo atende, atualmente, 320 estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O Centro de Atendimento Educacional Especializado Pestalozzi da Bahia, unidade vinculada à Secretaria da Educação do Estado (SEC), que fica em Salvador, atende, atualmente, 320 estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Práticas pedagógicas sobre autismo
Trata-se de um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais e déficits na comunicação e interação social. Com o objetivo de socializar estudos, pesquisas e práticas pedagógicas sobre o autismo, a unidade promoveu um seminário sobre o tema, na quinta-feira (1º), no auditório do Centro Universitário Social da Bahia (UNISBA), em Salvador, com a participação de educadores e especialistas em educação inclusiva.
No Centro, fundado em 1964, além do apoio à escola regular, todos os professores trabalham com Atendimento Educacional Especializado (AEE). Além disso, são realizadas diferentes atividades como educação física adaptada, horta, clube de ciências, artes visuais, música, educação ambiental, informática, jogos, games e atividades pedagógicas sensoriais.
Emergências deste processo
A doutora em Educação Mônica Barreto abordou o tema “Emergências do processo de interação da pessoa com autismo: um estudo de caso no município de Salvador”. Conforme Barreto, “na nossa mediação, precisamos compreender quais são os elementos sociais envolvidos no processo, a interação com o outro e o que é preciso fazer para que a gente consiga ter uma intervenção com os alunos e eles desenvolvam a habilidade de atenção compartilhada”.
Já a coordenadora da Educação Especial da SEC, Marlene Cardoso, destacou o objetivo do seminário e ressaltou a importância do trabalho realizado na instituição.
“Esta atividade nos ajuda a entender alguns trabalhos realizados com estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), nos quais os profissionais vêm mostrando a evolução desse público. Uma das funções do Centro é justamente preparar os profissionais da rede como lidar com esses estudantes.”
Casos reais
Já a estudante Antônia de Souza, 15, que possui TEA e recebe atendimento no Pestalozzi, fez apresentações musicais no evento em parceria com seu professor Valney José. Para ela, mostrar o seu talento para o público foi especial.
“Gostei muito do fazer parte do evento. Tenho hiperfoco e isso me ajuda a memorizar as músicas e a ter mais concentração para cantar.”
Para o professor de música do Centro, Valney José, este tipo de atividade ajuda a quebrar preconceitos e dá visibilidade às potencialidades dos estudantes.
“Para muito além do capacitismo e do preconceito que existe, a estudante mostra que é capaz e que precisa ter o seu espaço. E a música acaba atuando como um redutor de ansiedade.”
Atendimento
Todas as escolas da rede estadual de ensino podem receber Pessoas com Deficiência (PcDs). Para ter acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), basta, no ato da matrícula, informar a necessidade especial do aluno para que a SEC providencie a contratação do profissional especialista na área e a aquisição de material didático específico. Os profissionais são encaminhados conforme a demanda das escolas e centros, garantindo o direito à educação a todos.
*Foto: Reprodução