Confiança na ciência resultou na percepção que os brasileiros têm sobre a ciência; e médicos foram apontados como as fontes de informação mais confiáveis, indica estudo da Fiocruz
Apesar do saldo positivo sobre a vacinação de forma geral, o que inclui principalmente as vacinas contra a Covid-19, a confiança dos brasileiros na ciência caiu durante o período pandêmico. É o que revela um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada na última segunda-feira (12).
Confiança na ciência – pesquisa
O levantamento sobre a confiança na ciência no Brasil ouviu 2.069 pessoas com 16 anos ou mais, entre agosto e outubro deste ano. Para a maior parte deles (68,9%), dizem confiar ou confiar muito na ciência. Entretanto, mesmo diante de um alto índice, ele ainda é menor do que o encontrado em estudos anteriores.
Prova disso é que o Índice do Estado da Ciência, feito pela empresa 3M, revelou que 90% dos entrevistados confiavam na ciência. Contudo, os pesquisadores acreditam que a credibilidade das pesquisas científicas está sendo afetada negativamente por campanhas organizadas de desinformação: as famosas fake news.
Fontes confiáveis
A pesquisa mostra também que os cientistas estão entre as fontes de informação que mais inspiram confiança na população brasileira. Neste caso, uma lista de profissionais, previamente fornecida, o resultado foi o seguinte: médicos (60,1%), cientistas (47,3%) e jornalistas (36,4%) foram apontados como as fontes mais confiáveis de informação. Por outro lado, artistas e políticos são citados com menor frequência, com 1,5% cada.
Vacinação contra a Covid-19
O estudo também abordou aspectos em relação à vacina contra a Covid-19. E para 86,7% dos entrevistados, elas são consideradas importantes para proteger a saúde pública, além de serem percebidas como seguras (75,7%) e necessárias (69,6%). No entanto, a maioria (46,4%) acredita que elas produzem efeitos colaterais que são um risco e ainda há muita desconfiança por parte dos entrevistados (40%) a respeito das empresas farmacêuticas.
Doses de reforço
Por fim, um dado que faz a diferença: 13% dos entrevistados disseram não ter intenção de receber as doses de reforço contra o coronavírus. em torno de 8% dos que possuem filhos ou menores de idade sob sua responsabilidade declararam que não pretendem vaciná-los.
*Foto: Reprodução