Consequências da covid-19 e cobertura vacinal integram estudo que deve percorrer 133 cidades de todos os estados para ouvir 33 mil pessoas
Um dos estudos pioneiros sobre o coronavírus no país, a “Evolução da Prevalência de Covid-19 (Epicovid)” entra em uma nova fase, a Epicovid 2.0. A pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenada pelo epidemiologista Pedro Curi Hallal, vai percorrer 133 cidades em busca de respostas sobre o calendário vacinal, a desinformação sobre a vacina, os impactos sociais e psicológicos da pandemia e também sobre os sintomas do pós-covid.
Consequências da covid-19 e cobertura vacinal
No entanto, a previsão para retomar a pesquisa sobre as consequências da covid-19 e cobertura vacinal era entre junho e julho. Porém, por conta de burocracias do Ministério da Saúde, a nova fase precisou ser reprogramada. Sendo assim, segundo a assessoria do projeto de saúde, ainda não há prazo para uma nova data, mas deve ocorrer “em breve”. É o que afirmou Hallal:
“Tem uma certa expectativa da equipe de pesquisa para que a gente produza esses resultados o mais rápido possível, e que esses resultados sejam usados para promover melhores ações que são importantes para a saúde da população brasileira.”
Perguntas relevantes
Além disso, de acordo com o coordenador do estudo, a retomada da Epicovid vai abordar perguntas de pesquisa relevantes, tais como: covid longa, o êxito vacinal e o impacto da pandemia sobre as famílias. Essas questões vão ajudar a conhecer a extensão e os danos causados pelo coronavírus, diz ele.
“Conhecer essa realidade com números exatos da população brasileira, em todos os Estados do país vai ser importante para que se planeje este novo momento de pós-pandemia.”
Envolvimento no estudo
Além da UFPel, a pesquisa da Epicovid 2.0 tem o envolvimento das universidades Católica de Pelotas (UCPel) e Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), e também da Fiocruz e Fundação Getúlio Vargas. O projeto conta ainda com o apoio do Ministério da Saúde e do Instituto Todos pela Saúde.
Coleta de dados
A metodologia utilizada será a mesma da primeira fase – os indivíduos que aceitarem participar da pesquisa responderão a um questionário face-a-face aplicado por entrevistador treinado. As perguntas serão divididas em blocos e vão abordar quatro pontos principais:
- vacinação contra a covid-19;
- impactos da pandemia;
- histórico de infecção por coronavírus;
- e covid longa.
Contudo, a Epicovid 2.0 também visa coletar dados sobre as consequências sociais e psicológicas da pandemia nas pessoas. Questionamentos associados à renda, desemprego, crianças órfãs e famílias que sofreram perdas indiretas, serão abordadas pelos entrevistadores, salienta o epidemiologista.
“O objetivo é entender melhor como a população tem lidado com a covid-19 em seu dia a dia. Com base nessas informações mais precisas, a Epicovid espera poder orientar a criação de políticas públicas e ações de saúde relacionadas à pandemia.”
133 municípios
Ainda conforme a UFPel, os 133 municípios são os mesmos que já participaram das edições anteriores, e estão em todos os estados brasileiros. Serão entrevistadas 250 pessoas por cidade, em um total de 33.250 participantes.
Focos da Epicovid 2.0
Confira abaixo cada foco da pesquisa:
Vacinação contra Covid-19: cobertura inicial, cobertura das doses de reforço, percepção sobre a segurança e efetividade da imunização e conhecimento sobre a vacina são alguns dos pontos a serem observados.
Impactos da pandemia: estimativa da quantidade de órfãos, percentual da população com perda de familiar de primeiro grau durante a pandemia, reflexos sobre emprego e trabalho e impactos sobre a renda domiciliar, sobre a educação de jovens e adultos e também sobre a saúde, incluindo a saúde mental, serão aspectos analisados.
Histórico de infecção por Covid-19: autorrelato de infecção pelo SARS-CoV-2, condutas preventivas adotadas, medicamentos consumidos, sintomatologia e intensidade dos sintomas, assim como busca e acesso aos serviços de saúde integram o questionário.
Covid-19 longa: manutenção de sintomas por longos períodos e consequências sobre saúde, emprego, educação e relações sociais também fazem parte da coleta de dados.
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/vetores-gratis/fundo-realista-de-coronavirus_9986460